Afrânio e seu exemplar de Blueberry L'Integrale vol 1
Hoje iremos mostrar mais uma belíssima coleção voltada ao gênero Western, o entrevistado da vez é o meu amigo Afrânio Braga, um dos grandes divulgadores dos quadrinhos de faroeste na internet. Além de ser um dos responsáveis pelo funcionamento do mítico fórum Portal Texbr http://www.texbr.com/ também vem fazendo um grandioso trabalho no Blog destinado ao personagem Blueberry http://blueberrybr.blogspot.com.br/, a grande criação das duas lendas da BD Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Puxe sua cadeira e se junte a nós em mais uma Conversa de Saloon.
Olá, Afrânio! Estou feliz de tê-lo aqui para darmos continuidade à
coluna Conversa de Saloon. Fale um
pouco sobre si, o que faz profissionalmente, onde reside...
Olá, Jário! Eu
agradeço o seu convite para participar da coluna Conversa de Saloon. Eu sou casado, pai de duas filhas, desenhista,
Técnico em Edificações, Economista, Administrador e Especialista em Gestão
Estratégica de Negócios. Eu gosto de artes como plástica, gráfica, cênica, musical,
literária e, obviamente, a 9ª arte, as histórias em quadrinhos. Eu sou
amazonense de Manaus, moro no coração da Amazônia, a Última Fronteira, a Selva
Cruel, o Inferno Verde, onde trabalho nos setores comercial e de educação.
Quando foi o seu primeiro contato com o gênero western? Qual impacto teve sobre você?
Eu aprecio western
desde a minha infância, em cuja eu lia as revistas de histórias em quadrinhos
“Aí, Mocinho!”, “Bonanza”, “Cavaleiro Negro”, “Cisco Kid”, “Epopéia Tri”,
“Paladino do Oeste”, “Reis do Faroeste”, “Tex”, “Zagor”, “Zorro” (“Lone
Ranger”), entre outras; e assistia os seriados televisivos “Bat Masterson”,
“Bonanza”, “Chaparral”, “Daniel Boone”, “Durango Kid”, “Gunsmoke”, “James
West”, “Kung Fu”, “Lone Ranger”, “Paladino do Oeste”, “Rin Tin Tin”, “Roy
Rogers” e outros.
O western impactou
bastante a minha vida: desde os meus primeiros desenhos, as brincadeiras de
mocinho e bandido, soldado e índio, a sempre predileção por histórias em
quadrinhos do gênero, até à era da Internet, com a criação do blog Blueberry e
da página Blueberry no Facebook.
Qual tipo de mídia você é mais afeiçoado quando o assunto é faroeste?
Filmes, séries, quadrinhos, livros?
Como eu respondi
anteriormente, eu gosto de western desde criança. Em meados dos anos 1970, no
Brasil, as publicações, os seriados e os filmes de faroeste eram a grande
diversão do público aficionado do gênero; somando-se também que ainda não havia
tantas opções de entretenimento como hoje.
Eu tenho apreço por
filmes, séries, quadrinhos e livros western. Eu sou mais afeiçoado à história
em quadrinhos – nada como histórias realizadas por excelentes roteiristas e
desenhistas, como aquelas dos dois irmãos do Arizona, Tex e Blueberry.
Indo para os quadrinhos, todos sabemos que você é um apaixonado pela BD
do Tenente Blueberry, sendo provavelmente o maior colecionador do personagem
aqui no Brasil. Quando se deu o primeiro contato com o personagem? O que o fez correr
cada vez mais a procura de material do mesmo?
“Tex” é a minha
paixão de infância, “Blueberry” aquela da juventude. Tex é o meu personagem
predileto, seguido por Blueberry, o seu irmão francês. Em 1987, eu adquiri o
meu primeiro álbum “Blueberry”, publicado pela Meribérica, extinta editora
portuguesa, na igualmente extinta Livraria Brasileira, próxima ao Teatro
Amazonas, em Manaus. Os títulos da série e da história, respectivamente
“Tenente Blueberry” e “Nariz Partido”, chamaram a minha atenção, como também a
bela capa mostrando um homem branco, vestido com uma casaca azul, do exército
americano, e trajes indígenas, e um índio. Eu não sabia que aquela aventura
trazia de volta Mike Steve Blueberry, apelidado de “Tsi-Na-Pah”, pelos índios
Apaches, por causa de seu nariz partido, após cinco anos longe dos seus
leitores.
Hoje, as minhas
coleções das séries “Blueberry”, “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de
Blueberry”) e “Marshal Blueberry” estão completas. Desde a publicação, iniciada em 1963, em
partes, na revista semanal “Pilote” até “Dust”, o último álbum, lançado em
2005, se presencia a evolução literária de Jean-Michel Charlier e a gráfica de
Jean Giraud, nas pranchas de “Blueberry”, em roteiros bem estruturados, com
muitas reviravoltas, expostos em cenários com enquadramentos cinematográficos,
os quais, nas últimas histórias, apresentam a dualidade Gir-Mœbius – as duas
faces de um mesmo artista gráfico.
Blueberry é a
obra-prima de uma dupla genial, Jean-Michel Charlier, o maior roteirista de
história em quadrinhos francófona, o Alexandre Dumas da Bande Dessinée, e Jean
Giraud, o melhor desenhista de HQ de todos os tempos. Os dois conceituados autores, o personagem e
seu universo, as tramas representadas nas pranchas em desenhos magníficos me
motivaram a procurar mais material sobre essa série que é referência mundial no
gênero western.
Livros temáticos sobre a série Blueberry e seu criador Jean-Michel Charlier
"Blueberry's" portfólio em tiragem limitada, numerada e assinada por Giraud
Álbuns americanos de Blueberry pela Epic Comics
Além de colecionar o personagem Blueberry, você vem fazendo um grandioso
trabalho com o blog sobre o Tenente e seus respectivos criadores Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Quando
surgiu a ideia e quais fontes você está sempre a utilizar para atualizá-lo?
O blog Blueberry, uma
Lenda do Oeste nasceu da seção Blueberry no site TexBR, cujas publicações foram
revisadas, ampliadas e postadas em meio a outras inéditas. Outro fator que me
incentivou a criar o blog foi o fórum Blueberry também no TexBR, do qual alguns
tópicos foram inspirações para postagens.
O blog trata a
respeito de Blueberry, histórias em quadrinhos, western, Velho Oeste, História
dos Estados Unidos e afins; e, hoje, é o maior do mundo sobre o lendário
Tenente mais amado do Oeste. O blog é realizado com pesquisa nos álbuns das
séries “Blueberry”, “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”) e
“Marshal Blueberry”, em livros sobre o universo blueberryano e HQ, a
colaboração de autores, editoras e leitores e o apoio, na divulgação, de blogs
e fóruns.
Em média, são duas
postagens mensais devido ao tempo para fazê-las com excelência em qualidade, às
minhas atribuições de administrador do Fórum TexBR, à página Blueberry no
Facebook e à participação em grupos e fóruns na Internet, nos quais eu divulgo
o blog, cujo objetivo é compartilhar informações proporcionando conhecimento e
entretenimento.
Agora, de forma geral, quais os itens que você se orgulha muito de ter
em seu acervo? Sempre tem algo ao qual somos mais afeiçoados. E quais itens
compõe sua coleção de filmes e histórias em quadrinhos westerns?
Eu tenho orgulho de
ter a coleção “Gibi” da Ebal, álbuns em quadrinhos de renomados autores, como
Moebius, Alex Ross, Frank Miller, Sergio Toppi, Dino Battaglia, Hugo Pratt,
José Luis Salinas, Jijé, Antonio Hernandes Palacios, Manfred Sommer, Paolo
Eleuteri Serpieri, François Bourgeon, Jesus Blasco, Enki Bilal, Victor de la
Fuente, Hal Foster, Jordi Bernet, entre outros.
Do western, as
coleções “Tex”, “Blueberry” e “Ken Parker” - respectivamente, pela ordem, os
meus três personagens prediletos – de cujas destaco edições especiais de
Blueberry assinadas por Jean Giraud, Jean-Michel Charlier, Colin Wilson e
William Vance; os filmes “Tex e o Senhor dos Abismos” e “Blueberry. Desejo de
Vingança”; e os CDs “Fort Navajo présente La Ballade de Blueberry” e “Blueberry,
l’expérience secrète” (a trilha sonora do filme de Blueberry).
Blueberry pela editora ASA e jornal Público de Portugal
Jornal Público de Portugal
Série A Juventude de Blueberry
Qual o seu top 5 de filmes de faroeste?
“Tombstone. A Justiça
Está Chegando”, “Dança com Lobos”, “Era Uma Vez no Oeste”, “Onde Começa o
Inferno” e “Rastros de Ódio”. Eu gosto também de “Três Homens em Conflito”, “Os
Imperdoáveis”, “Silverado”, “Pequeno Grande Homem” e “Um Homem Chamado Cavalo”,
entre outros.
Coincidentemente com
a minha predileção, Jean-Michel Charlier se inspirou em “Onde Começa o Inferno”
para escrever o roteiro de “L’Homme à l’étoile d’argent” (“O Homem da Estrela
de Prata”), volume 6 de “Blueberry”, e Jean Giraud em uma cena de “Rastros de
Ódio” para desenhar a capa de “Ballade pour un cercueil” (“Balada para um
Caixão”), volume 15, e em cenas de “Tombstone. A Justiça Está Chegando” para
aquelas do duelo do OK Corral em “Dust”, volume 28. Os dois criadores de
Blueberry se inspiraram em vários filmes western na realização da série
blueberryana, conforme se descobre em Inspirações de Charlier e Giraud para
“Blueberry”, a postagem mais acessada do blog.
E qual seria seu top 5 de quadrinhos de faroeste?
“Tex”, “Blueberry”,
“Ken Parker”, “Zagor” e “Comanche”.
Tex Collezione Storica a Colori
Estatuetas Il Mondo di Tex pela Hachette e álbuns fora de série
Agora um bate bola rápido sobre western (lembrando que só vale escolher
uma opção):
Escola franco-belga ou italiana de histórias em quadrinhos?
Na Itália, em 1948,
“Tex” começou no formato tira. A partir do final dos anos 1950, a coleção
passou a ser publicado no formato que perdura até os dias atuais. Depois, saiu
em outros formatos, até naquele de álbum de bande dessinée da escola
franco-belga.
Na França, em 1963,
Blueberry surgiu nas páginas da revista semanal “Pilote”, em seriado, antes de
ser lançado em álbum, formato que se popularizou, nas bandes dessinées, a
partir da metade da década de 1960.
O Ranger, como muitos
títulos dos fumetti, tem periodicidade mensal; enquanto na BD, geralmente, é
anual. O Tenente, em alguns períodos, era publicado anualmente, mas também em
arco de tempo maior -, por exemplo: Jean Giraud realizou o último ciclo, com 5
álbuns, em 10 anos.
Eu gosto das duas
escolas, que são ricas em talentos. Pela presença desde a minha iniciação na
leitura de histórias em quadrinhos e por Tex, o meu personagem preferido, eu
escolho a italiana.
“Rastros de Ódio” do John Ford ou “Era uma vez no Oeste” de Sergio
Leone?
“Era uma vez no
Oeste”, um clássico e um marco histórico do cinema western.
Chihuahua Pearl (“Blueberry”) ou Lilyth (“Tex”)?
Ambas são personagens
importantes nas sagas blueberryana e texiana.
Lily Calloway, em
arte Chihuahua Pearl, cantora de saloon, é uma mulher fatal mais interessada no
dinheiro do que no amor, e uma das namoradas de Mike Blueberry, cujo ela
abandona para se casar com Duke Stanton, rico empresário do setor ferroviário.
Lilyth é a primeira e
única mulher na vida de Tex Willer. Ela simboliza a miscigenação das raças
branca e indígena – do casamento deles nasce Kit Willer – e, portanto, a
família. O seu comparecimento nas histórias do Ranger é breve; ela morre vítima
de varíola disseminada por facínoras inescrupulosos.
Lilyth e Lily, nomes
parecidos, personagens distintas. A primeira impactou mais a vida de Tex, que
decidiu não ter outra mulher, do que Pearl aquela de Blueberry, que terminou
nos braços de Dorée Malone, igualmente cantora de saloon com grande
participação nas narrativas do ex-tenente.
Eu escolho Lilyth.
Quem venceria o duelo: Blueberry, Mágico Vento ou Red Dust?
Se Tex estivesse
participando desse duelo, seria mais fácil indicar o vencedor. E mais fácil
ainda seria se Lucky Luke participasse, afinal ele atira mais rápido do que a
própria sombra. Nos confrontos entre os três, um vento mágico sopraria forte
levando poeira vermelha sobre Red Dust e Blueberry, e Mágico Vento venceria os
duelos.
Eu agradeço novamente ao Blog Western Company o convite para participar da Conversa de Saloon e convido os
quadrinautas, e todos os internautas, a cavalgar nas trilhas do blog Blueberry.
Coffret Marshal Blueberry e ábum da série Les Gringos de Jean-Michel Charlier e Victor De La Fuente
Dossiê sobre Jean Giraud e Coffret OK Corral
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Visitem o Blog Blueberry no endereço http://blueberrybr.blogspot.com.br/
Quer mostrar sua coleção de filmes e outros itens do gênero Western? Envie e-mail para jario_luadeprata@hotmail.com